domingo, 30 de abril de 2006

Há alguns dias tive um sonho no qual me reconciliava com uma amiga que se afastou de mim. Não é a primeira vez que tenho um sonho desse com ela, e isso me fez pensar se deveria procurá-la ou algo do tipo e, pensando no motivo de termos nos afastado, decidi que era melhor não. O que aconteceu pra que a gente se afastasse foi, na minha opinião, bobo demais pra justificar o afastamento, mas cada uma acabou ficando quieta no seu canto, com seus devidos motivos. Desde que vim para Florianópolis, era com ela que eu morava, e ela foi uma das primeiras amigas que fiz aqui. Um "belo" dia, quando nossas mães estavam em nossa casa para nos visitar, acabou surgindo um clima estranho (que às vezes surge quando as pessoas não têm muita em coisa em comum) entre a mãe dela e eu e minha mãe, que se transformou num clima insuportável uns dias depois. Eu já tinha conhecido a mãe dela e a tratei bem, e ela também a mim. Para mim era uma pessoa simpática e boa. Mas, nesse belo dia, ela cismou que eu a tratei mal (cismou mesmo, porque a minha atitude era a mesma) e o clima insuportável tomou conta. Até que um dia, fui conversar com a minha amiga, pois a situação estava me incomodando um monte (afinal, odeio ter atritos com as pessoas), e a mãe dela viu e já veio me atacando verbalmente. O que ela me disse e como ela se portou prefiro nem lembrar, pois foi tão horrível que nunca pensei que pudesse acontecer como foi, sem motivos suficientes. O que veio depois foi quase óbvio, tínhamos que nos separar. Saí bastante chateada dessa história, por ter tido uma discussão infundada com alguém, e por ter perdido uma amiga de quem eu gostava. A história foi difícil de engolir, mas tive que engolir, mesmo sem ter entendido por que tinha que ser daquela maneira. Hoje penso nela de vez em quando, racionalmente tentando me convencer de que não devo procurá-la, mas procurando mais motivos para afirmar isso. Hoje, ao receber um e-mail de uma outra amiga, talvez tenha encontrado a razão para que a amizade tenha evaporado tão rapidamente: não era amizade. Conheci essa minha outra amiga nos tempos do segundo grau, quando entrei em um colégio novo sem conhecer ninguém, e ela foi quem primeiro se aproximou de mim. Logo estávamos sabendo tudo uma da vida da outra, até que um dia também nos desentendemos, por motivos tão inexplicáveis como os da história acima, mas que foram tão sem importância que hoje nem me lembro bem. Ficamos um tempo sem nos falar até que fomos nos reaproximando, e tudo acabou sendo como antes. Com outra troca de colégio e depois com a faculdade e a mudança de cidade, nos afastamos mas de vez em quando nos falávamos, e sempre senti que mesmo não fazendo parte da vida dela todo dia como antes, ela ainda dava bastante importância ao que eu dizia e à minha amizade. Muita coisa aconteceu, ela já se casou e hoje mora em outra cidade, e nem sei quando poderei vê-la novamente, mas toda vez que trocamos um e-mail sequer, mesmo que não tenhamos nos falado há meses, é como se tivéssemos nos falado ontem, e hoje percebo que nossa amizade é muito mais forte do que eu pensava ser. Acho que é assim, as afinidades entre as pessoas são mais fortes do que qualquer problema que possa acontecer entre elas, e só os relacionamentos que nos acrescentam prevalecem. Seja por que motivo a história anterior aconteceu, talvez eu esteja começando a entender por que ela teve seu fim.

domingo, 23 de abril de 2006

Desde o começo do ano, tenho estado muito envolvida em coisas relacionadas a saúde... consulta, fazer tal exame, não poder comer isso, ter que esperar pra fazer aquele outro exame, continuar sem comer algumas coisas, ops, mais algo errado e outra consulta ao médico, tomar remédio, não resolver o problema, ter que enfrentar umas filas do SUS, encher o saco e resolver fazer Unimed, e por aí vai... E essa semana, por causa de mais uma conversa com outro médico (ou médica, na verdade), tive que lembrar a sequência de alguns acontecimentos e relatar para que a médica botasse na ficha. A conversa me deixou bem pensativa por alguns dias, e fiz algo como uma viagem por tudo o que eu era, deixei de ser ou ainda sou, desde a época em que eu me lembro de ter começado a pensar demais, lá pelos 11 anos, até hoje, lembrando de todas as vezes em que melhorei e piorei, não na saúde em si, mas na percepção das coisas. Começando do começo, me lembrei de quando deixei tristezas falarem alto e me levarem lá pra baixo, e de como demorou pra que eu percebesse que eu era a única responsável por subir novamente, e por quantas vezes esse processo se repetiu nesses quase 10 anos. Hoje, penso que, quando mais nova, consegui por muitas vezes mais maturidade para encarar as coisas do que hoje, e como olhar pra trás não necessariamente significa regredir. E é isso que estou tentando fazer... tentando aprender, com aquela Elisa que tinha uns 13, 14 ou 15 anos (não me lembro bem), alguns complexos e poucos amigos, a se valorizar diante dos outros, mandar pro espaço alguns esteriótipos e viver sem medo. O exterior é resultado do interior, e estou tentando me lembrar de como cheguei lá um dia.
Quando tenho certas fases muito filosóficas e introspectivas sinto vontade de botar umas coisas pra fora escrevendo. Acho que faz bem. Por isso, depois de algum tempo querendo voltar a escrever em blog, e relutando porque essas coisas de internet trazem mais dor de cabeça do que soluções, não resisti a uma noite meio à toa com vontade de organizar os pensamentos...